terça-feira, 1 de março de 2011

Eu só quero que você desapareça


E eu achando que tinha acabado. Esses dias de tristeza interminável, pensei que tinham todos ido embora daqui. Mas não, basta você aparecer pra tudo ao meu redor desmoronar com a facilidade com a qual um prédio com 50 kg de C4 em sua estrutura vai abaixo assim que um simples botão é acionado. Quando sinto que penso nessa merda toda com menos frequência, o destino me põe no caminho de coisas que me mostram que ainda não posso sair andando com meus próprios pés, achando que o chão está livre de minas. Acho que isso é pra me lembrar pra pisar com cuidado, pra me lembrar que a ferida ainda não cicatrizou, e que, se eu cutucar ela pode piorar. É muito difícil fingir que nada está acontecendo quando, na verdade, está tudo acontecendo explicitamente demais para não se perceber. E é difícil acreditar que isso um dia vai passar, quando as lágrimas que rolam pelo meu rosto e caem em meu colo parecem sair de dentro do coração e não dos olhos.
Tudo o que eu queria era que vocês desaparecessem da face do planeta... Pelo menos do meu

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Eu vou mudar tudo que não me convém.

"Isso era a paixão: criar a imagem de alguém, e não avisar.
Um dia, porém, quando a convivência revelasse a verdadeira identidade de ambos, descobririam que atrás do Mago e da Valkíria viviam um homem e uma mulher. Com poderes, talvez, com alguns conhecimentos preciosos, mas - não podiam fugir desta realidade - um homem e uma mulher. Com a agonia, o êxtase, a força e a franqueza de todos os outros seres humanos.
E quando um deles se mostrasse como realmente é, o outro iria afastar-se - porque isto significava destruir o mundo que havia criado.
Descobrira o amor na beira de um despenhadeiro, com duas mulheres se entreolhando e a imensa lua brilhando atrás. O amor era - dividir o mundo com o outro. Ele conhecia bem uma daquelas mulheres, com ela dividia seu Universo. Viam as mesmas montanhas, as mesmas árvores, embora cada qual as olhasse de maneira diferente. Ela conhecia suas fraquezas, seus momentos de ódio, de desespero, e mesmo assim estava ao seu lado.
Dividiam o mesmo Universo. Embora, muitas vezes, tivesse a sensação de que tal universo já não tinha mais segredos, ele descobrira - aquela noite no Vale da Morte - que tal sensação era uma mentira.
(...)
'Acho que me apaixonei muitas outras vezes', falou consigo mesmo. Não se sentia culpado por isso. A paixão era algo bom, divertido, e que podia enriquecer muito a vida.
Mas era diferente do amor. E o amor vale qualquer preço, nao merecia ser trocado por nada."
Paulo Coelho em As Valkírias

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011


Talvez seja bobagem minha pensar que isso possa ser algo real, pelo menos, mais real do que a minha incessante perseguição ao coração que não me quer. Apenas tenho certeza que eu quero que você seja feliz. Mas a busca humana pela felicidade nunca para, e a minha parece estar sucumbindo. Eu perdi meu coração e isso não é culpa sua, eu não ousaria atribuir essa culpa à ninguém. Se existe no mundo alguém culpado por isso, essa pessoa sou eu, que permiti meu coração perseguir um outro coração que não o quer. O outro coração quer tudo. Ou talvez o outro coração não queira ninguém. No meio dessa dúvida, meu coração chora. Chora por perseguir uma ilusão e por ser perseguido por outra. Chora por não conseguir decidir se ele persegue o outro coração por desespero ou por solidão. Mas a verdade que ele não quer enxergar é que ele o persegue por puro desejo. Porque ele sabe que não sente em nenhum outro coração a eletricidade que corre nesse, e que não vê em nenhuma outra janela da alma, a honestidade que encontra nessa. Ele está cansado das coisas sem sentido e sem vida, ele quer sentir a intensidade que o outro coração transmite.
E ele não satisfará com nada menos.
Burro coração, que apesar de compreender que persegue o coração errado, não consegue evitar sentir o ar escapar quando o toque faz subir os pêlos da nuca.